27 de março de 2009

Nem que eu bebesse o mar...

Estas noites de julho tem custado a passar, e quando passam trazem uma manhã igualmente longa e torturante. A tarde come meus sentidos e ainda os tempera com muita pimenta, me enche de sal, pinga limão. O médico do coração disse que não é nada que vá matar-me do coração, porém, deixou-me avisada de que posso perfeitamente morrer de atropelamento se não parar pra ouvir sua buzina, que eu devo prestar atenção no trânsito de minhas veias, que para onde elas me levarão não é problema da medicina, mas que posso morrer de desastre na manhã seguinte quando me olhar no espelho e ver na minha testa que aquele não é o meu espelho. Nem aquela é a minha testa. Que esta expressão não é minha, mas que se eu a comprei, que fique com ela. A médica do estômago disse que a culpa não é da pimenta, já que eu não a como, e sim estou sendo comida com ela, que por isso há tanto calor, mas que não posso salivar por tudo o que vejo, porque se for assim, devo voltar ao cardiologista. Ou pior. A receita é muita calma nesta hora, mesmo que...    Porque se for assim, não será nada daquele jeito, seja qual for o jeito, não será. Porque com tanto calor na alma e com tanto frio nas mãos e tanto descontrole no coração, só o médico da cabeça vai poder me atender. O médico do pulmão disse que minha respiração com o tempo tende a normalizar, mas que tudo tem haver com a buzina, com o caminho das veias, com a pimenta, com o calor e o frio. O farmacêutico me deu um remédio muito bom. A noite cai mais depressa. Mas os dias... . O clínico geral disse que eu estou hipocondríaca. Eu acho que não. Acho que é culpa do coração.
Numa noite de julho de 2008...

Rapidinhas I

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