6 de dezembro de 2011

Tenha fé e será atendido!


Ana Beatriz, que era louquíssima de dar nó por Gerson, o queria só e somente só para si. Que ele fosse seu e que seus fossem seu amor e seu destino. Que ela fosse a única dona de seu coração, a mãe dos seus filhos, sua companheira para sempre, todo o sempre. Que nunca fosse trocada por ninguém.
Com a herança do pai seqüestrou um neurocirurgião cubano e dois engenheiros russos e os trancou num calabouço até que eles desenvolvessem o microchip que lhe possibilitasse realizar seu sonho.
Onze meses e vinte e três dias depois, lá pelas nove da manhã, Ana Beatriz recebeu a ligação com a resposta tão, tão esperada, sonhada, idealizada e agora, realizada: sim! O microchip estava pronto.
Gerson foi encapuzado em uma esquina, colocado em uma van, adormecido com éter, levado ao calabouço e teve o microchip implantado na pele do dedão do pé (esquerdo, a única exigência dos sequestrados). 
Para as mulheres com quem Gerson sai casualmente, mesmo que o casualmente seja por semanas, tudo fica no casualmente. Quando evolui para meses, como é o caso da Carlinha e da Deisinha, sete e dez meses respectivamente, ou como no caso da Lu, sua secretária, e da Pati, sua prima, dois e cinco anos, não necessariamente nesta ordem, ele é claro e taxativo: Ana  Beatriz é seu amor, a única mulher da sua vida, a mãe de seus filhos, sua companheira e que não a trocará por ninguém. Nunca.