29 de outubro de 2016

Combinado?

Faz assim: primeiro na minha rede, depois na tua. 
Na minha eu pego teus cabelos e te puxo pra mim, dou muito beijo, depois peço desculpas, porque sei que no fundo tu não quer me beijar. Pernas para cima! Bora ver um filme? 
Na tua rede tu confessa que quer me beijar desde sempre e se enrosca em mim. Eu te chamo de malvado e mordo tua boca e a gente se embola ali. Até dormir. 
Depois a gente junta as duas redes e quando vê já tá no chão, quase embaixo do sofá lambendo os restos de brigadeiro de panela que nunca estiveram numa colher.

12 de outubro de 2016

Hoje, não.

Quem sabe um dia tu me pergunte (se eu penso em ti, às vezes) e eu responda que penso, lembro, relembro, observo, aprendo, reaprendo e às vezes até me repreendo. Mas hoje, não. Hoje, eu só queria te ver tão de perto e poder salivar por cada L ou T que fazem tua língua desfilar ante meus olhos. Agora ou ontem ou semana passada, eu só queria queimar na tua boca. E ao que parece vai ser sempre assim. Corra, pessoa, corra! Se repreenda, aprenda e fuja! Essa sou eu todos os dias. Corra, corra! Pense, lembre, relembre e se espalhe em milhares de pedaços quebrados. Essa sou eu também. Vem pra mim, vem. Foge, não. Sim. Sou eu ainda. A eternidade é a repetição. Determinação não é comigo.